Home EconomiaApós tarifaço, exportação brasileira de café cai 17,5% em agosto e Alemanha se torna maior compradora no mês, ultrapassando os EUA

Após tarifaço, exportação brasileira de café cai 17,5% em agosto e Alemanha se torna maior compradora no mês, ultrapassando os EUA

por edineymartinstorres


Após tarifaço, exportação brasileira de café cai 17,5% em agosto e Alemanha se torna maior compradora no mês, ultrapassando os EUA
Wenderson Araujo/Trilux/CNA
O volume das exportações brasileiras de café caiu 17,5% em agosto, em relação a igual mês de 2024, após o tarifaço imposto pelo EUA, principal comprador de café do Brasil.
No total, o Brasil exportou, no mês, 3,144 milhões de sacas de 60 quilos, informou o Conselho dos Exportadores Café do Brasil (Cecafé) nesta terça-feira (9).
Com a redução das vendas para os EUA, a Alemanha se tornou a principal cliente do Brasil, conforme a entidade já tinha projetado.
“Os EUA deixaram de ser os maiores compradores de nosso café em agosto, descendo para o segundo lugar, com 301 mil sacas importadas – de negócios realizados antes da vigência do tarifaço –, o que implicou queda de 46% ante o mesmo mês de 2024 e de 26% contra julho deste ano”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
“Assim, os americanos ficaram atrás da Alemanha, que importou 414 mil sacas no mês passado”, afirma.
Contudo, no acumulado do ano, os EUA continuam como maiores compradores.
Como os preços do café no mercado externo subiram muito, os exportadores faturaram 12,7% a mais em agosto, contra igual mês do ano passado, em um total US$ 1,101 bilhão.
Além do tarifaço, a queda nas exportações aconteceu por causa de uma redução dos estoques de café no Brasil, após recordes de vendas externas em 2024 e uma safra que ficou aquém de seu potencial máximo produtivo.
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g1
Preços em alta
Ferreira analisa que o tarifaço também afetou o mercado internacional do café, trazendo muita volatilidade aos preços e fazendo com que as cotações disparassem.
“Os fundamentos já são favoráveis para a alta há algumas safras, com oferta e demanda muito ajustadas ou mesmo com déficit de oferta, devido a adversidades climáticas nos principais produtores, em especial no Brasil, mas o tarifaço desordenou o mercado e deu abertura para movimentos especulativos”, explica.
Ele completa que, de 7 de agosto, quando entrou em vigência a taxação, até o fechamento do mês passado, o café arábica subiu 29,7% na bolsa de Nova York, saindo de US$ 2,978 por libra-peso para US$ 3,861.
“Se o tarifaço persistir, além de as exportações de café do Brasil seguirem inviáveis aos EUA, os consumidores americanos também enfrentarão preços onerosos para degustar sua bebida favorita, uma vez que não há oferta de outros países para suprir a ausência brasileira no mercado dos Estados Unidos, criando-se, assim, um cenário inflacionário por lá”, projeta.
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