”Talento extraordinário”. Essas foram as palavras do técnico Carlo Ancelotti após a atuação de gala de Luiz Henrique na vitória da seleção brasileira por 3 a 0 sobre o Chile na última quinta-feira (4), no Maracanã, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo.
Destaque do time canarinho, o atacante ex-Botafogo entrou aos 19 minutos do segundo tempo e logo mostrou seu cartão de visitas: deu assistência para Paquetá fazer o segundo, participou do lance do terceiro gol e deixou o campo ovacionado pela torcida.
Tal desempenho pode até ter encantando o treinador italiano, mas não surpreendeu quem o conhece de longa data…
Revelado pelo Fluminense, Luiz Henrique trabalhou com o técnico Eduardo Oliveira no sub-17 do Tricolor das Laranjeiras e chamou atenção do treinador logo de cara.
”A primeira vez que eu vi o Luiz Henrique jogar foi no sub-16. Eu estava na coordenação e um companheiro meu, coordenador técnico da época, o Marcelo Veiga, virou para mim e disse: ‘Agora, a gente vai levantar da cadeira’. Porque ele ia entrar no jogo, ele estava no banco. E quando ele falou aquilo…”, lembrou Eduardo em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
Luiz Henrique se destacou muito cedo e logo foi vendido para a Europa. Na Espanha, defendeu o Betis até chegar ao Botafogo em 2024, com status de maior contratação do futebol brasileiro.
Com a camisa alvinegra, brilhou e se tornou ídolo ao ser protagonista nas campanhas dos títulos do Campeonato Brasileiro e da CONMEBOL Libertadores. Não à toa, ganhou sua primeira oportunidade de vestir a Amarelinha, ainda com Dorival Júnior.
Depois de ter ficado fora da primeira convocação de Ancelotti, Luiz Henrique, hoje no Zenit, retornou à seleção em grande estilo e precisou de apenas um jogo para simplesmente encantar Carletto. E para Eduardo, o motivo de o jovem de 24 anos ter conquistado o coração do comandante italiano é muito simples.
”O Luiz Henrique para mim é o futebol brasileiro em pessoa. Ele tem a criatividade, a irreverência, toda essa qualidade técnica, além da capacidade de improviso. Ele é um futebol moderno ao mesmo tempo. Ele é a evolução do futebol brasileiro nos dias de hoje, porque ele cumpre função, é um jogador que defensivamente ele sabe muito bem o que ele vai fazer”, afirmou.
”Uma evolução que o Luiz Henrique teve muito nesses últimos três anos foi a capacidade de finalizar no gol. O Luiz Henrique sempre criou muitas situações de gols, sempre foi um cara muito incisivo no um para um, principalmente pelos lados. Mas eu vejo o Luiz Henrique hoje sendo extremamente perigoso, fazendo gols. No Botafogo, na temporada passada, ele fez gols importantíssimos, então isso mostra também a evolução”, completou.
Do Maracanã, palco que conhece muito bem, Luiz Henrique saiu ovacionado não só pelos 57 mil torcedores presentes na vitória sobre o Chile, mas também por Ancelotti.
Agora, a seleção enfrenta a Bolívia na noite desta terça-feira (9), às 20h30 (de Brasília), em El Alto, em uma partida que o jovem do Vale da Carangola, região humilde de Petrópolis, pode ganhar não só mais uma oportunidade de brilhar com a Amarelinha, mas também, quem sabe, carimbar de vez o seu passaporte para a próxima Copa do Mundo.